COVID-19 pode causar lesão renal
O impacto da COVID-19 vai além das vias respiratórias, sendo considerada uma doença sistêmica que afeta diversos órgãos. Dentre eles, o rim tem sido apontado como um dos mais afetados, logo após o pulmão.
De acordo com um estudo realizado pela USP e a Escola Paulista de Medicina, cerca de 36% dos pacientes hospitalizados, com a forma grave da doença, apresentaram problemas renais e sequelas.
Uma das consequências da COVID-19 para os rins é a lesão renal aguda, na qual o vírus afeta a capacidade desses órgãos de filtrarem os resíduos do sangue. Isso acontece porque, quando infectado, o sangue carrega excesso de substâncias inflamatórias, causando lesão nos túbulos renais.
Outra consequência para o órgão é a obstrução vascular, que retarda a circulação sanguínea e diminui o funcionamento dele, podendo levar à ausência de oxigênio nos tecidos, lesionando-o permanentemente.
Além disso, ainda é possível ver sequelas em pacientes que possuem hipertensão, pois a infecção altera o sistema regulatório da pressão arterial e a sua quantidade de líquidos nos vasos sanguíneos, dificultando a circulação de sangue.
O comprometimento nos rins pode ser visto mesmo após a alta do paciente, na chamada COVID longa e, em determinados casos, é necessário até mesmo a diálise.
Por isso, deve ser feita uma avaliação médica após infecção grave por COVID-19 com internação. Em casos assim, torna-se necessário o acompanhamento com especialistas como neurologista, pneumologista e nefrologista, devido à importância da monitorização do estado clínico do paciente e acompanhamento das eventuais sequelas.
Outros profissionais podem ser necessários, como o fisioterapeuta, para a reabilitação tanto pulmonar quanto muscular, nutricionista e terapeuta ocupacional.