Rins policísticos podem evoluir para insuficiência renal crônica?

Rins policísticos podem evoluir para insuficiência renal crônica?

Rins policísticos: o que é? 

Também conhecidos como doença renal policística autossômica dominante (DRPAD), os rins policísticos são uma condição que se manifesta tanto em homens, quanto em mulheres, não importando a idade e a etnia. 

Ainda, os rins policísticos são caracterizados como um distúrbio de origem genética, de forma que acomete, aproximadamente, de 40 a 1000 pessoas. 

A principal característica dos rins policísticos é a formação de diversas dilatações, parecidas com bolhas de diferentes tamanhos, em algumas partes do néfron. 

Os néfrons são as partes dos rins responsáveis por filtrar o sangue e eliminar a urina. Por isso, se prejudicados por conta dos cistos, causados pela doença renal policística autossômica dominante (DRPAD), diversos são os prejuízos para o paciente. 

Isso porque, como o próprio nome já sugere, nos rins policísticos, apresenta-se o surgimento de múltiplos cistos. 

O crescimento descontrolado destes cistos, que são pequenas bolhas cheias de líquido, acaba provocando o aumento do volume dos rins

Além disso, os cistos tornam-se responsáveis pela destruição e substituição do tecido renal sadio, também levando à perda progressiva da função renal

Quais são os sintomas da doença renal policística? 

Por ser caracterizada como uma doença de progressão lenta, a doença renal policística autossômica dominante (DRPAD) costuma agir silenciosamente, durante anos. 

Estima-se que, grande parte dos pacientes que são portadores desta doença, acabam não tendo consciência, e não recebendo o seu diagnóstico ao longo de suas vidas. 

Por conta disso, os sintomas dos rins policísticos tornam-se de conhecimento do paciente em fases tardias. 

Isso porque, os cistos não causam sintomas até que estejam grandes, quando acabam causando dores ou se rompendo. 

Além disso, os portadores desta doença genética podem apresentar cistos também em outros órgãos, como o pâncreas e o fígado, por exemplo. Contudo, não costumam causar muitos problemas, nem a perda de função. 

Em 50% dos casos, os principais sintomas dos rins policísticos são a dor na lombar e o sangramento urinário episódico.

Entretanto, ainda pode-se apontar como sintomas da doença renal policística autossômica dominante (DRPAD):

  • Hipertensão Arterial 
  • Perda de proteínas da Urina 
  • Insuficiência Renal Crônica 
  • Infecção urinária 
  • Aneurisma cerebral 
  • Cálculo renal 

Tenho rins policísticos, meus filhos vão ter também?

Como já mencionado, a síndrome dos rins policísticos é uma doença que tem origem genética. Além disso, é uma doença autossômica, fazendo com que, ao existirem casos na família, os familiares apresentem a chance de 50% de ter também os genes defeituosos.

Dentro dos pacientes que são acometidos pela doença renal policística autossômica dominante (DRPAD), 85% têm uma mutação no gene PKD1, que costuma provocar a doença de forma mais agressiva. 

A mutação do PKD1 faz com que os cistos cresçam, maiores e mais rapidamente, nos rins. Por conta disso, este tipo de mutação pode levar os pacientes a perderem, completamente, a função renal por volta dos 55 anos de idade. 

Já os 15% restantes,  herdam a mutação no gene PKD2. Esta mutação, ao contrário da PKD1, é mais branda, e sua progressão acontece de forma mais lenta. Muitos são os pacientes que, sequer, tomam consciência da existência da doença. 

Outros, acabam necessitando de hemodiálise depois dos 70 anos. 

Como é feito o diagnóstico da doença renal policística?

O diagnósticos dos rins policísticos normalmente é realizado através de uma ultrassonografia. Além dela, executa-se uma pesquisa referente aos genes PKD1 e PKD2. Contudo, como esta pesquisa nem sempre está disponível, a ultrassonografia torna-se o método mais utilizado. Ainda, se já houver algum caso da doença na família, todos os familiares de primeiro grau, com mais de 18 anos, precisam passar por uma investigação. 

Por conta de uma das suas principais características ser o surgimento de cistos, vale destacar a diferença entre os rins policísticos, e a presença de cistos simples nos rins, para garantir um diagnóstico correto. 

Grande parte das pessoas idosas tem, pelo menos, um cisto simples nos rins, o que não caracteriza um caso da doença renal policística autossômica dominante (DRPAD). 

Isso acontece em face do envelhecimento, e não costuma provocar nenhum tipo de repercussão clínica. O que não acontece no caso da doença renal policística, em que são apresentadas inúmeras bolhas nos dois rins. 

A presença de cistos simples deve causar preocupações em casos em que se observa seu aparecimento em pacientes jovens, com menos de 30 anos, devendo-se ficar atento à história familiar com a doença renal policística. 

Como é feito o tratamento dos rins policísticos? 

Ainda não há uma cura, nem um tratamento eficaz para a doença renal policística autossômica dominante (DRPAD). Dessa forma, os esforços são direcionados a retardar o crescimento dos cistos. 

Também se busca postergar a evolução para uma insuficiência renal terminal. Isso porque, os rins policísticos podem evoluir para uma insuficiência renal crônica, se não detectados o quanto antes. 

A perda da função renal acaba acontecendo de modo lento, e só passa a ser detectável quando os cistos já estão em tamanhos consideráveis, e ocupando o lugar do tecido renal normal. 

Uma das formas de identificar a  insuficiência renal crônica é através da dosagem de creatinina sanguínea. Como também pela medição anual do volume renal, por meio da ressonância magnética. 

Alguns são os fatores responsáveis pela evolução da doença, e a consequente perda renal: 

  • Diabetes Mellitus
  • Baixo peso ao nascimento 
  • Ácido úrico elevado 
  • Presença de proteínas na urina 
  • Sexo masculino 

Além desses fatores, pode-se apontar como o principal fator para a evolução da doença, de maneira a resultar na insuficiência renal terminal, a genética. 

Desse modo, buscando retardar a evolução da doença renal policística, é muito importante manter o controle da pressão arterial, devido ao fato de que quanto mais alta a pressão, mais rapidamente a doença se desenvolve. 

Aliando-se ao uso de medicamentos indicados para retardar a evolução da doença, também conta-se com a redução do sal da dieta, e a ingestão de bastante líquido, de forma a diminuir a progressão dos cistos. 

Para os pacientes que desenvolveram insuficiência renal crônica terminal, apresentam-se duas opções: a diálise ou o transplante renal. 

Sendo muito importante seguir as orientações do médico, e se atentar aos casos desta doença hereditária na família, de modo a realizar o acompanhamento frequentemente. 

 

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